Estamos no mês de junho, mês dedicado ao Sagrado Coração de
Jesus.
São Pedro Julião Eymard, Apóstolo da Adoração Eucarística,
era especial devoto do Sagrado Coração de Jesus, escrevendo várias meditações
durante sua vida de adoração, sentindo este Coração de forma muito visível no
Santíssimo Sacramento. Atrás de seus escritos, busquei transcrever, aquilo que
mais me chamou atenção, mediante tão bonita devoção do Santo.
Nós homens, fomos criados para conhecer, amar e servir a
Deus e esperar gozar de toda a plenitude de graças no Céu. Ora, esse “amor” é
fruto da Devoção do Sagrado Coração de Jesus, vivenciado e amado no Santíssimo
Sacramento.
Estando no centro do corpo, o coração é como um rei no
centro de seus domínios. Fonte de onde emana o sangue, que corre pelas nossas
veias e nós dá a vida. E, se tratando da vida do coração do homem, quanto o
diremos do Homem-Deus que é o Senhor da vida. Coração divino que merece as
orações, homenagens, as adorações oferecidas ao próprio Deus.
No dizer dos filósofos, o coração é o foco do amor: “Assim
como ao fogo é natural arder, assim também ao coração é natural amar. E por ser
este no homem o principal órgão do sentimento, convém que o ato imposto pelo
primeiro de todos os preceitos se torne sensível ao coração” (São Tomás de
Aquino)
Falando desse amor, São Pedro Julião Eymard, compara o
Coração de Jesus a uma grande fornalha ardente, de amor por Deus e por nós.
Fornalha que sofreu tudo por amor, merecendo a mais leve gota de seu sangue, as
adorações do céu e da terra. Sua nobreza nas funções que exerceu, sua perfeição
nos sentimentos que produz e suas ações que sabem inspirar, toda a sua vida é
baseada em seu venerável Coração. Se Jesus nasceu em um presépio e se viveu
pobre em Nazaré, se morreu por nós, tudo se deve a essa Fornalha de Amor.
Portanto, o adorador do Santíssimo Sacramento, encontrará
também na Eucaristia o Coração de Jesus, testemunho sensível e permanente do
amor, e no seu Coração Eucarístico aprenderá a amar.
Jesus Cristo, desejando ser sempre amado pelo homem,
continua a testemunhar e manifestar seu Amor sensível e humanizado. Sendo a lei
de amor uma Lei perene, também será perene o sol de graças que irradiam de seu
Coração, para nos aquecer e nos tornar novas fornalhas de amor.
Pois bem! Todo o Amor de Nosso Senhor, todo o amor de sua
vida - amor infantil em Belém, amor de zelo e de apostolo de Pai, amor de
vitima na cruz – todos se unem para triunfar ao seu Coração Glorioso e vivo no
Santíssimo Sacramento, onde o devemos buscar, invocar e nutrir-nos de seu Amor
Divino, que permanece na Eucaristia somente para nós.
Deste modo, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, deve ser
toda centrada na Divina Eucaristia. Imaginemos que todas as suas palavras e
atitudes – curas e milagres – não tinham outra fonte se não do seu Coração,
coração esse que amou incondicionalmente e que continua amando, curando,
falando e agindo na Eucaristia. Seu Coração esta ai, como na Cruz, aberto de
amor pela lança, lançando até nós toda a água e todo o sangue, todas as graças
e benção de amor sobre nossas vidas.
Não vemos o coração de quem amamos ou de um amigo, mas basta
uma só palavra para manifestar seu amor. Que será então do Coração Divino de
Jesus, na qual sentimos seu amor? É certo que não vemos seu Coração, pois, quem
poderia suportar o brilho da Sua Glória, a beleza, a bondade, as chamas
consumidoras, devoradoras dessa Fornalha de Amor?
“Se não nos é dado ver o Coração Eucarístico de Jesus, é nos
dado possuí-lo, sendo totalmente nosso” (São Pedro Julião Eymard)
É ante o Santíssimo Sacramento que devemos tomar posse,
honrando e adorando, pois aí encontraremos a plenitude de seu Amor.
No momento da adoração, relembramos quão grande foram às
dores do Coração de Jesus, quantas humilhações, calúnias, opressões e
desprezos. E na vida velada no Santíssimo, será que seu coração não continua a
chorar? Pois são tão numerosos cristãos que desprezam a Jesus, a essa Fornalha
que queima de amor por eles, utilizando do véu que oculta para melhor
desprezá-lo. Quantos Caifás, Herodes, Pilatos insultam-no pelas irreverências,
pelos pensamentos culpados, pelos olhares criminosos diante de Sua presença.
Blasfemam sacrilegamente contra o Deus da Eucaristia, por saber que seu Amor o
torna mudo. Crucificam-no até em sua alma culpada, comungando-o.
“Não, Jesus nunca passou, nos dias de Sua Paixão, por tantas
humilhações como em seu Sacramento” (São Pedro Julião Eymard)
Por isso, a reparação amorosa para com o Coração adorável de
Jesus, torna-se necessária. Cerquemos a Eucaristia com nossas adorações e com
nosso amor. Façamos de nosso coração, semelhante ao de Jesus, abrasando-o com
as brasas da Fornalha de Amor. Sirvamos e imitemos o seu Coração na caridade
para com nossos irmãos e na vivencia da nossa fé.
De quantas coisas poderíamos tratar aqui, mas acho que o
essencial é deixarmos nos amar pelo Amor, viver do calor dessa Fornalha e
caminhar para a santidade.
Insidiemos esse mês de junho de um amor imenso e peçamos
juntos: Jesus manso e humilde de coração, fazei do nosso coração semelhante ao
vosso.
Ir. Sérgio Rocha SSE
Nenhum comentário:
Postar um comentário